Puxada de Rede


A Puxada de rede surgiu após o período da escravidão, quando os negros não acharam oportunidades de se encaixar no mercado de trabalho e procuram seu sustento no mar. E assim uma parte destes negros se deslocam para as entranhas dos mangues, sendo que na região de Santo Amaro - BA , foi umas das primeiras cidades a ser visto negros trabalhando nesta área. A puxada da rede do xareu (designação comum a várias espécies de peixes teleósteos, percomofos, migratório, da famíliados carangídeos, encontrados no oceano atlântico) é uma das heranças mais interessantes dos tempos da escravidão, sobretudo pelo aspecto folclórico, que transforma um lambor fatigante em uma das mais agradáveis atrações das praias baianas. Observe-se tendo em vista o desenvolvimento tecnológico da pesca e outros fatores relacionados com o meio ambiente, essa atividade artesanal encontra-se, desde a década de 70, em franca decadência, sendo exercida, esporadicamente, por algumas das pequenas colônias de pescadores existentes ao longo da orla marítima da Bahia, mais sem o encanto e a magia dos tempos passados. Efetivamente embora ainda seja praticada, em escala muito reduzida, perdeu o seu antigo ritual e efeito sem os cânticos e marcação de pés que tanto a caracterizava e a embelezava no passado. Convém salientar que, apesar de estar hoje praticamente extinta, a pesca do xareu (que se fazia principalmente nas águas das praias).
A representação desta dança mostra um trabalho, muito árduo, bastante recheado com poesia, religiosidade e música. Contando uma passagem em que numa certa noite de lua cheia, um pescador, decide ir pescar em alto mar . Ao se despedir de sua mulher, ela lhe avisa dos perigos de se pescar á noite e pede para que ele não vá . Mesmo assim ele decide ir,deixando sua esposa e filhos agoniados . Leva consigo a imagem da Nossa Senhora dos Navegantes, a benção divina e seus amigos e companheiros de trabalho. Sua esposa fica á beira da praia esperando o seu retorno. Ela se assusta como o retorno mais cedo do que o esperado do barco, com seu tripulantes todos tristonhos e alguns chorando, mas não vê seu marido e o procura desesperadamente . Ao desembarcar, os pescadores a contam que num descuido o marido dela havia caído no maré devido a escuridão não foi possível encontrá-lo. Pela manhã, quando os pescadores desanimados com o acontecido, vão puxar a rede, e acabam encontrando o corpo do amigo pescador. Devido a situação precária em que eles viviam, não foi possível comprar um caixão para poder fazer o enterro e a procissão foi feita com ele nas costas .


FONTE: Texto: Disponível em http://www.acarbo.com.br 
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